O São Paulo Futebol Clube já foi um exemplo de gestão e sucesso no futebol brasileiro. No início dos anos 2000, o Tricolor era referência em estrutura, conquistas e estabilidade financeira. O clube não só acumulava títulos expressivos, como a Libertadores e o Mundial de 2005, mas também se destacava por um centro de treinamento moderno, categorias de base bem organizadas e um caixa que inspirava respeito até nos rivais.
No entanto, o que era sinônimo de organização e poderio econômico se transformou em um cenário preocupante de dívidas, crises políticas e falta de protagonismo no futebol. O que levou o São Paulo de um dos clubes mais estruturados do país a uma instituição com graves problemas financeiros e administrativos, com uma dívida líquida que deve ultrapassar R$ 1 bilhão em poucos meses.
O início da decadência: erros de gestão e política interna
O primeiro grande erro do São Paulo foi acreditar que sua estrutura invejável bastava para mantê-lo no topo. Durante anos, o clube apostou na tese de que era autossuficiente e imune às mudanças do mercado do futebol, enquanto os rivais investiam em profissionalização e novos modelos de negócios.
Além disso, a política interna do clube começou a se tornar um problema. Com a saída de figuras como Marcelo Portugal Gouvêa e Juvenal Juvêncio, o clube passou a ser comandado por gestões que cometeram seguidos equívocos na administração. Dirigentes como Carlos Miguel Aidar e Leco protagonizaram escândalos e tomaram decisões que prejudicaram financeiramente o clube.

Dívidas crescentes e negócios desastrosos
O Tricolor acumulou dívidas gigantescas ao longo da última década. Em 2015, o clube já começava a dar sinais preocupantes, mas a situação se agravou com a pandemia e com os gastos excessivos sem retorno esportivo.
Algumas contratações milionárias que não deram retorno foram determinantes para o colapso financeiro. Jogadores como Maicon, Diego Souza, Pablo e Daniel Alves custaram fortunas ao clube sem entregarem títulos ou resultados satisfatórios. O caso de Daniel Alves, inclusive, se tornou emblemático: o jogador entrou na justiça cobrando milhões do São Paulo por salários atrasados, agravando ainda mais a crise.
Além disso, a falta de um planejamento sólido para utilizar a base – historicamente uma das mais produtivas do Brasil – fez com que o São Paulo perdesse receitas importantes. Muitas joias foram vendidas a preços baixos para cobrir dívidas imediatas, sem um plano para reforçar o elenco de maneira sustentável.

A perda do protagonismo e os reflexos no campo
Com problemas financeiros e instabilidade administrativa, o São Paulo perdeu o protagonismo dentro de campo. Enquanto o clube passou mais de uma década sem conquistas relevantes, rivais como Palmeiras e Flamengo se modernizaram, investiram e dominaram o cenário nacional.
O reflexo da crise também aparece na dificuldade do São Paulo em manter grandes jogadores. Diferente de décadas passadas, quando o clube conseguia segurar atletas de alto nível, hoje o Tricolor sofre para renovar contratos e atrair reforços de peso.

O futuro: há solução para o São Paulo?
Apesar do cenário crítico, o São Paulo ainda tem ativos importantes, como a força de sua torcida e a estrutura do Morumbi, que pode ser melhor explorada comercialmente. O desafio da atual gestão é reestruturar as finanças, apostar em um modelo de administração profissional e buscar formas sustentáveis de arrecadação.

O FIDIC pode ser um caminho, mas como tudo nessa direção do Casares é obscuro, não sabemos ao certo o que de fato está sendo feito. Contratações milionárias, como a de Oscar, trazem preocupação ao torcedor, mesmo a diretoria afirmando que foi um movimento do patrocinador.
Jovens talentos sendo vendidos pratricamente de graça, como é o caso do Moreira; ou vendidos a preço muito abaixo do mercado, como o caso de Willian Gomes, causam revolta na torcida tricolor e enfraquecem ainda mais essa já combalida diretoria.
A recuperação do Tricolor passa por um choque de gestão, redução de gastos desnecessários e uma estratégia bem definida para voltar a ser competitivo. O torcedor são-paulino espera que o clube que já foi sinônimo de excelência possa reencontrar seu caminho e deixar para trás essa fase de dificuldades.